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Cadê a UNE? E a CUT? E o MST

Postado por GALVÃO FREIRE | 2 comentários»
A Polícia Militar do Distrito Federal calculou, imprecisamente, em “milhares” as pessoas que se manifestam em Brasília contra a corrupção neste Dia da Pátria, em longa marcha que atravessou a Esplanada dos Ministérios e terminou diante do Congresso Nacional.


Os protestos ocorreram paralelamente à parada militar que comemora o 7 de setembro. A principal manifestação contra a corrupção começou por volta das 10 horas próximo ao local da parada.

Os manifestantes levaram carros de som, cornetas, tambores e apitos para chamar a atenção da presidente Dilma e dos políticos. A Presidência, no entanto, tomou o cuidado de isolar a região do desfile de forma que Dilma não veja nem ouça o protesto.

Talvez num excesso de otimismo, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, comparou o movimento às Diretas-Já que varreu o país, começando em 1983 e alastrando-se pelo ano de 1984, e e aos protestos pelo impeachment do então presidente Fernando Collor, que, em 1992, também tomaram conta do país.

“Essa é uma forma de dizer que país queremos, com moralidade e justiça”, disse Ophir. “É assim que começa”. A OAB lançou um manifesto conjunto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) — as mesmas entidades que deram seu suporte ao impeachment — apoiando o movimento popular contra a corrupção que se dissemina por 34 cidades em 17 Estados brasileiros e pedindo o “aprimoramento” dos três Poderes, a aplicação da Lei da Ficha Limpa e uma maior transparência nos gastos do governo.

Vocês não estão notando nada de novo — além da excelente notícia de que a até então amorfa, anestesiada sociedade brasileira começa a se mexer?

Dou-lhes uma, dou-lhes duas…

Cadê a CUT? Onde estão os raivosos barbudos que dirigiam a entidade e, de tão oposicionistas, costumavam se recusar a atender a convites de presidentes eleitos pelo povo para dialogar no Palácio do Planalto (aconteceu com Collor e com FHC)? Onde estão seus atuais dirigentes para protestar contra a roubalheira em vários Ministérios, contra a impunidade e a safadeza?

Cadê o Paulinho da Força Sindical, que, de próximo às oposições, agora que está no PDT e é deputado também gosta cada vez mais de ser correia de transmissão do governo?

Cadê a UNE? (Eu sei a resposta: está amortecida pelo dinheirão que vem do governo direto para os cofres dos picaretas que a dirigem).

Cadê o MST, que protesta contra tudo e todos?

Nem sequer nos sites da UNE e da CUT, até agora há pouco, havia qualquer referência a protestos, e praticamente nada ao evento 7 de setembro em si. No da CUT, entre as notícias principais, estavam perólas como “Venezuela discute o papel da imprensa na questão da Líbia”, e no da UNE havia fotos dos recentes encontros da presidente e ministros com estudantes. Inclusive um com a estudante chilena famosa Camila Vallejo.

Os protestos foram convocados via redes sociais e não querem ter cor partidária — tanto é que já houve, em Brasília, enfrentamentos entre manifestantes e um grupo de militantes do PSOL.

Se os protestos aumentarem de vulto nos próximos dias, semanas e meses — nunca se sabe, mas é uma possibilidade — e essas entidades continuarem de boca fechada vai ficar claro o quão pouco eles representam quem dizem representar.

Seu silêncio, hoje, é cúmplice — e vergonhoso.

Por Ricardo Setti

2 comentários:

Anônimo Says:

Acho que essas entidades dos trabalhadores e estudantes não estão caindo nessa tentativa da elite de desestabilizar o governo da presidente Dilma, por que essas entidades e todas as pessoas de bom senso, sabem que nunca se viu a policia federal fazer tantas prisões como no governo LULA e DILMA. É como diz aquele ditado: A SUJEIRA APARECE, QUANDO SE FAZ A FAXINA. No governo FHC, era tudo jogado para debaixo do tapete, quem não lembra do PROCURADOR DA REPUBLICA no tempo de FHC, que diziam que naquela época, o Brasil não tinha um PROCURADOR, mas sim, um ENGAVETADOR, de tanto que arquivava os processos contra políticos.

Polion Maia Says:

Galvão, substituir quem está executando o orçamento nos últimos anos por quem? Por aquele pessoal que não ajudavam a pobreza? Nem com transferência de renda, nem com educação, nem com nada. Os analistas não levam em conta o que temos de alternativa...