Blog de GALVÃO

Se o resultado das discussões apontar realmente para um descaso dos países ricos em relação aos paises em desenvolvimento ao final da Conferência da Cúpula do Clima, em Copenhague, com certeza o aquecimento global vai piorar à partir da própria conferência. É que não parece haver uma preocupação dos paises desenvolvidos com as consequências do aquecimento nos países mais pobres do planeta. Cada um se fecha em seu mundinho mesquinho, regado a dólares e euros, e sob o manto protetor das grandes corporações econômicas.

O Secretário Geral da ONU Ban Ki-moon já deixou escapar sua preocupação com a possibilidade do relatório final da Conferência não contemplar um compromisso real de ajuda financeira para o combate aos efeitos do aquecimento global. Ao jornal britânico Financial Times ele disse que "O acordo poderá ser assinado sem um firme compromisso das nações desenvolvidas a longo prazo para ajudar os países pobres a combater o aquecimento global."

Com isso a gente poderia até dizer que tudo continua como antes. Os ricos se contentam em prometer aos pobres, porque sabem que eles acreditam em promessa de rico. Nada de firmar um compromisso que possa justificar uma cobrança futura. Uma promessinha aqui, outra promessinha acolá...

Mas, segundo o próprio Secretário Geral da ONU, essa falta de compromisso real na conferência que discute os efeitos do aquecimento global pode esquentar o clima nas relações entre paises ricos e pobres. Com efeito, isso poderia refletir negativamente em acordos anteriores e comprometer a diplomacia entre blocos de paises pelo mundo afora.

Resta-nos esperar que o bom senso seja a métrica das decisões dessa tão importante conferência. Decerto que os efeitos globais da conferência do clima só serão percebidos em momentos e situações convergentes com as atuais discussões.

Numa coisa todos concordam: É preciso se encontrar um modelo de desenvolvimento que caminhe paralelo à sustentabilidade e que se coadune com o maior de todos os bens, a vida! Noutra coisa, só alguns concordam: Para que se resolva essa equação, alguém tem que abrir mão de parte de seus lucros e partilhar seus bens com os menos afortunados. É justamente aí que está o nó! "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus", disse Jesus! E ponto final!!