Veja a maravilha desse poema que ele fez sobre o professor!
Parabéns, meu amigo! É um prazer poder retransmitir uma obra de uma pessoa que tem a sensibilidade humana à flor da pele.
CANTIGA ALADINENSE (OU O MESTRE ENCANTADO)
Atendendo a um pedido que aproxima
Pra falar nesta data especial
Hoje eu falo cantando contra o mal
Que corroe, arrebenta a auto-estima.
Com a viola decanto prosa e rima
Celebrando um dia diferente
Minha arma é o verso contundente
Que ilumina e desfaz o nó atado
Quem me dera ver meu país mudado
E o mestre vivendo plenamente.
Precisei voar alto, qual condor
Que liberto nos Andes corta o céu
Tive que encarnar um menestrel
Pra botar na minh’alma tanto amor.
Arranquei pranto, mágoa, até a dor
Pra viver uma jornada incandescente
E poder partilhar com minha gente
Os preceitos de Deus contra o pecado
Quem me dera ver meu país mudado
E o mestre vivendo plenamente.
No “Aladim”, que é a casa da razão
Já se fala o idioma aladinense
Construindo até peça forense
Pra defesa de nossa posição.
Enfrentar com grandeza a humilhação
Desfazendo o destino de indigente
E trazer todo aluno consciente
Para abraçar o professor marcado
Quem me dera ver meu país mudado
E o mestre vivendo plenamente.
Aqui vejo o pão que é fraternura
O cuscuz, queijo, suco de acerola
Iogurte, feijão, café da hora
Macarronada, salada, rapadura.
A tristeza vai embora, a tontura
Com o riso que brota insistente
Professor é sofrido, mas valente
Mesmo diante da lei do pão negado
Quem me dera ver meu país mudado
E o mestre vivendo plenamente.
Se o saber não for visto com desdém
E o irmão lá de fora entender
Que governo não existe pra bater
Humilhar e nem constranger ninguém.
A ordem dura e indecente jamais vem
Maltratando quem está no batente
Pra punir quem trabalha, honestamente
O projeto do aluno preparado
Quem me dera ver meu país mudado
E o mestre vivendo plenamente.
Como é triste um governo desgovernante
Que usa a força pra poder convencer
Não escuta o justo parecer
De mercador, faz ouvido ao ensinante.
Não se trata do Inferno de Dante
Mas da infâmia do pão que é proibido
Vai pro lixo o que não foi repartido.
Custa ver o professor desprezado
Quem me dera ver meu país mudado
E o mestre vivendo plenamente.
Liberdade, ainda que tardia
Este o lema do grupo inconfidente
Que em Minas fizera o diferente
Enfrentando o descaso, a covardia
Faz Palmares, Canudos, hoje em dia
Aquecer todos nós, as nossas almas
Com Severinos, Antônios, bater palmas
Construindo um marco inusitado
Quem me dera ver meu país mudado
E o mestre vivendo plenamente.
Vou fazer uma oração ao Pai Eterno
Suplicar força, garra e vigor
Dissipar todo medo, o temor
Tão presentes no mundo moderno.
Que a oração não ressoe só no externo
Mas penetre o coração da gente
E renove, como antigamente
O poder de um povo organizado,
Quem me dera ver meu país mudado
E o mestre vivendo plenamente.
RONALDO CARLOS DANTAS DE SOUZAProf. de FilosofiaEscola Estadual Antônio AladimCaicó-RN
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