- Ultimamente, tenho tido crises relâmpagos de saudade! Mesmo sem querer ou por evocação interior, sinto-me arremessado ao passado remoendo boas lembranças. E não é um passado muito distante! É coisa de pouco mais de duas décadas. E antes que você pense que isso é muito, quero lembrar-lhe que a maioria dos meus leitores, assim como você, já tem mais de duas décadas de vida, e, com certeza não se sente velho ou ultrapassado!
- Quem viveu o Caicó das décadas de setenta e oitenta pode juntar-se a mim nessa justa preocupação. E o leitor deve estar se perguntando: Afinal que preocupação é essa? Por que essa crise de saudade? Eu vou responder!
- Embora com a certeza de que não vou conseguir esgotar meu poço de lembranças, vou dizer em poucas linhas um pouco das saudades minhas:
- Tenho saudade do tempo em que a gente podia andar por qualquer rua ou qualquer bairro de Caicó, sem medo de ser assaltado ou morto covardemente;
- ...saudade do tempo em que podíamos brincar nas ruas (sem calçamento) e pracinhas com a pureza justa da infância, sem medo da oferta de drogas ou da violência de seus usuários, ou mesmo dos infames prostituidores de crianças e adolescentes;
- ...saudade do tempo em que podíamos dançar no Cabana Clube, na Palhoça de Wadi Rocha, na antiga Assec, e até no Chiqueiro do Doutor, sem medo de voltar pra casa à pé, esfriando o calor dos sapatos em passos lentos;
- ...saudade do tempo em que as Escolas promoviam seus bailes movidos à radiolas (talvez que você leitor nem conheça essa tal de radiola!), chamados de "suareé" ou "assustado", onde a gente "flertava" com as colegas e mergulhava em sonhos de adolescentes ávidos por um simples abraço ou respeitoso beijo no rosto, sem medo da Aids ou gripe suína;
- ...saudade do tempo em que todos os caicoenses e seus convidados cabiam nas praças da Festa de Santa`Ana, onde o prazer do reencontro era expresso, mais no calor dos constantes abraços do que na ostentação e na luxúria, sem medo do rótulo de festa de interior;
- ...saudade do tempo em que os constantes campeonatos e outras modalidades esportivas faziam a cabeça de milhares de jovens que lotavam a quadra do CEJA e oxigenavam as nossas cabeças para mais de uma semana de comentários sobre as belas (e feias) jogadas, sem medo do vandalismo que depreda e agride o patrimônio público das nossas escolas públicas;
- ...saudade do tempo em que os professores e professoras eram respeitados(as) e podiam exigir, acertadamente, atitudes disciplinares dos alunos, sem medo das ameaças ou represálias de familiares que não entendem os meandros do processo educativo;
- ...saudade;
- ...saudade;
- ...saudade.
- Se eu continuar a dizer do que tenho saudade, não sobrará espaço neste blog para escrever outras coisas. Por isso, gostaria de deixar espaço para que o amigo leitor(a) escreva seus comentários sobre outras coisas de que tem saudade.
- Pra concluir, gostaria de repetir, enfaticamente, a pergunta sobre o meu e o seu Caicó que está violento demais e que aos poucos perde o seu "glamour" de Rainha do Seridó!
- Cadê meu Caicó?
Cadê meu Caicó?
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