Blog de GALVÃO

Esta verdade nunca esteve tão evidente no mundo artístico como nos últimos dias, com a morte do cantor Michael Jackson. Isto porque, antes de sua morte, fato que comove qualquer ser de bom coração, a grande mídia só mostrava um artista envolvido em escândalos. Não tinha espaço para o ser humano por trás da arte. Não interessava e não dava ibope mostrar a sensibilidade de alguém que, já em suas letras musicais, cantava os seus monstros e os terrores de uma infância que não teve. "Você viu a minha infância por aí?", dizia Michael.

Eu mesmo não me isento dos preconceitos que alimentei pelas evocações da mídia. quantas vezes reproduzi o que via e ouvia sobre esse jovem, como se eu fora o dono da verdade! Assim como milhões de pessoas, eu não podia ver o lado bom da criança Michael, por trás do adulto artista que tinha que representar a qualquer custo.

Não quero com isso, isentá-lo de qualquer pecado, visto que é ser humano. Muito menos pretendo canonizá-lo. Na verdade, pelo menos até o momento, ninguém pode dizer afirmativamente isso ou aquilo. Mas só agora é que pude ver o quanto foi forte esse rapaz! E me vejo perguntando: E se eu estivesse no lugar dele, como teria feito? Como será que eu reagiria diante de pressões e exigências do mundo artístico e do meio social baseado em lucratividade e sucesso? Sei não! Só sei que, mesmo correndo o risco de uma decepção, prefiro dizer que aprendi a gostar do menino Michael depois que o conheci melhor pela riqueza de suas letras e pela exposição que a grande mídia não pode se furtar de apresentar. Meu único lamento é não ter tido essa oportunidade antes que a morte o levasse!